dezembro 31, 2010

UM FADO PARA OUVIR E VER

ANOS DE CASADO

Do CD “Fados do meu fado” de Nelson Duarte em 2002

Letra de: Manuel Carvalho. Fado Esmeraldinha de: Júlio Proença

Guitarra: Eduardo Jorge. Viola: Alexandre Santos

GALERIA DO FADO

1º Álbum

Vê como há muita gente do Fado, na cidade do Porto

GALERIA DA SAUDADE

1º ÀLBUM

Recorda quem deu muito ao fado

ESCOLAS DO FADO


Maria Severa Onofriana nasceu em Lisboa, 1820 e morreu a 30 de Novembro de 1846. Foi a primeira cantadeira de fado, considerada a mítica fundadora do Fado, caracterizada pelos seus fados e modo de cantá-los e modo de cantadoeu a 30 de Novembro de 1820.

A Severa era filha de Severo Manuel e Ana Gertrudes. A sua mãe era proprietária de uma taberna e tinha por alcunha "A Barbuda", devido à barba que tinha na cara. A Severa era uma mulher alta e graciosa, que cantava o fado (especialmente nessa taberna da Rua do Capelão). Teve vários amantes conhecidos, entre eles o Conde de Vimioso (Dom Francisco de Paula Portugal e Castro) que, segundo a lenda, era enfeitiçado pela forma como cantava e tocava guitarra, levando-a frequentemente à tourada.

Maria Severa morreu de tuberculose na rua do Capelão, na Mouraria, em Lisboa, tendo sido sepultado no cemitério do Alto de S. João numa vala comum.

A sua fama ficou a dever-se em grande parte a Júlio Dantas cuja novela "A Severa" viria a originar uma peça levada à cena em 1901, bem como ao primeiro filme sonoro português realizado por Leitão de Barros em 1931. O filme retrata os costumes populares e a sociedade de 1848, em que ressaltam as aventuras do Conde de Marialva, o jovem cavaleiro e fidalgo que se apaixona por Severa, uma cigana insinuante consagrada como fadista. A Severa foi produzido pela Sociedade Universal de Superfilmes e nele se destacam as interpretações de Dina Teresa, António Luís Lopes, António de Almeida Lavradio, Ribeiro Lopes, Silvestre Alecrim, Augusto Costa, Patrício Álvares, Eduardo Dores, António Vilar e Maria Sampaio.

A Severa marcou indubitavelmente a primeira escola de fado.

Fonte: Wikipedia

ANDA UM FADO POR AÍ

.
Acabou a madrugada

Novo dia vai chegar

Levo a garganta cansada

De tantos fados cantar

.

Subo a rua do Souto

Vou direito a Campanhã

Inda vou dormir um pouco

É domingo de manhã

.

O Zé Mau e outros mais

Não foram à banca rota

Nas escadas dos Guindais

Inda se joga a batota

.

Lá no Arco de Vandoma

Passa a Rosa vendedeira

Leva a giga d’azeitona

P’ra vender lá na Ribeira

.

É este o fado qu’eu canto

Num estilo sempre novo

Com versos feitos d’encanto

Nesta canção do meu povo

Passo as noites a cantar

É vida do meu agrado

Não me canso de mostrar

Que aqui também há fado

.

O Chico vende jornais

Na esquina da rua Chã

Bate o Sol nos quintais

É domingo de manhã

.

Alguém chega à estação

Carregando de saudade

A S. Bento uma oração

Por ter voltado à cidade

.

Mulheres de socos nos pés

E mantilha na cabeça

Vão à missinha das dez

Antes que a fé arrefeça

.

Subo a rua do Cativo

E uns olhos cor de avelã

Chamam por mim dum postigo

É domingo de manhã

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dezembro 15, 2010

NATAL DE 2010

SÃO OS MEUS VOTOS PARA TODOS OS QUE GOSTAM DE FADO

UM FADO PARA OUVIR E VER

GENTE DO FADO

Dia 16 – Fadista Mariza

Dia 17 – Fadista, Conceição Ribeiro

Dia 19 – Fadista, Camané

Dia 21 – Fadista, Carlos do Carmo

Dia 23 – Fadista nortenha, Amélia Maria



Dia 21 – Fadista nortenho, Henrique Jorge, 2009

Dia 27 – Guitarrista nortenho, Samuel Paixão, 2000

Dia 27 – Fadista, “Maurício Campelo”, 2008


22 ANOS DE FADO 1988 / 2010

2008 / MANUEL BARBOSA

Fado Ariane / Alexandre Santos

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JÁ NÃO GOSTAS DE MIM
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Dizes que nosso amor chegou ao fim

Mas noto algo diferente em teu olhar

Afirmas que já não gostas de mim

Desculpa mas não posso acreditar

.

Dizes que não me queres voltar a ver

Lamentas mas é isso que preferes

Que nem sequer ciúmes hás-de ter

Se me vires com outras mulheres

.

P'ra que te abraças ao meu pescoço

Porque bate assim teu coração

Porque está teu pulso em alvoroço

P'ra que apertas tanto a minha mão

.

Então diz-me porque estás a chorar

Porque me estás amor beijando assim

Desculpa mas não posso acreditar

Ao dizeres que já não gostas de mim

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2010 / SILVIA RAQUEL

Fado Louco / Alfredo Marceneiro

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TREVO DA MINHA SORTE

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Meu coração não resiste
Tento manter a aparência
Por ti amor ando triste
A chorar a tua ausência
.
És minha sorte, meu trevo
Meu amor e meu pecado
Meu poema onde m’atrevo
A dizer que és o meu fado
.
Quero mandar-te num beijo
Meu lamento, meu recado
Dizer-te o quanto desejo
Viver na vida a teu lado
.
E nesta minha ansiedade
Nesta sorte sem escolhas
Faço rimar a saudade
Com trevos de quatro folhas
.
Meu amor guia teus passos
Para mim que sou teu norte
Volta amor para meus braços
És trevo da minha sorte

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2009 / ROSITA

Fado Carriche / Raul Ferrão

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VERSOS À MINHA MÃE

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Se pudesses cá voltar

Ò minha mãe, minha santa

Tinha tanta coisa, tanta

Minha mãe p’ra te contar

.

Na vida o amor d’alguém

Para amar eu conheci

Não me compensa de ti

Mas sou feliz minha mãe

.

P’ra compensar teus afectos

Dos filhos tenho meiguices

Ò minha mãe se tu visses...

Que lindos são os teus netos!

.

Rezo à virgem por ti

Saudosa de teu amor

Minha vida era melhor

Se tu voltasses aqui

.

Num canto desse jardim

Se vires o meu pai também

Diz-lhe que vai tudo bem

E dá-lhe um beijo por mim

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MINHAS PALAVRAS SENTIDAS

QUERO-TE ASSIM

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Quero-te assim

de cabelos compridos

de olhos felizes

e sorriso nos lábios.

Quero-te assim

abandonada em mim

de seios esborrachados em meu peito

e o corpo moldado na medida dos meus braços.

Quero-te assim

Mesmo sabendo que um dia

terás rugas no rosto

que serão baços os teus olhos

ásperas as tuas mãos

frio o teu corpo

Quero-te assim, não importa

infinitamente assim como és

porque te amo


novembro 30, 2010

UM FADO PARA OUVIR E VER

GENTE DO FADO

Dia 05 – Fadista do Porto, Maria Ana Bobone

Dia 06 – Fadista portuense, Manuel Renato

Dia 06 – Fadista, Conceição Freitas

Dia 08 – Guitarrista portuense, Adão Pereira

Dia 09 – Guitarrista e Fadista, Carlos Macedo

Dia 13 – Fadista nortenho, Manuel Granja

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Dia 06 – Apresentador, José Malheiro, 2006

Dia 14 – Fadista, América Rosa, 2002

22 ANOS DE FADO 1988/2010

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2008 / NELSON DUARTE

Fado Acácio / Acácio Gomes

MEU ENLEVO, MINHA MÃE

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Ó minha mãe, minha mãe

Meu enlevo e doce bem

Minha vida meu destino

Em teu colo ainda moro

E me deito quando choro

E assim desde menino

.

Nas horas boas e más

Que a vida sempre nos traz

Não me falta teu carinho

Vens sempre com teu calor

E o teu divino amor

Apontando o meu caminho

.

És meu Sol minha luz

Sou teu filho tua cruz

E o teu fado também

E pelas dores que tiveste

Pelo amor que me deste

Obrigada minha mãe

.

2008 / NELSON DUARTE

Fado Louco / Alfredo Marceneiro

DILEMA

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Ando a tentar esquecer-te

Mas já vi que não consigo

Pois o medo de perder-te

Ainda vive comigo

.

Eu não quero mais lembrar

Os teus olhos o teu rosto

Mas volto sempre a sonhar

Com as coisas que mais gosto

.

Nunca sais da minha mente

P´ra viver de ti preciso

Não posso por mais que tente

Esquecer o teu sorriso

.

Tento a boca amordaçar

P’ra não falar no teu nome

Mas não consigo calar

A mágoa que me consome

.

Só Deus sabe este castigo

Que na vida ando a viver

Esquecer-te não consigo

Por mais que tente esquecer

.


.

2008 / PATRÍCIA FERNANDES

Fado Proença / Júlio Proença

DESEJOS SOFUCADOS

.

Só o destino é culpado

De pôr os dois neste fado

De mãos dadas a sofrer

Por um amor que é segredo

Que só não vinga por medo

Morrendo assim ao nascer

.

Sufocamos os desejos

Numa promessa de beijos

Que não chegamos a dar

P’ra ninguém ser magoado

Foi cada um p’ra seu lado

Fiquei sozinha a chorar

.

Dizer adeus faz doer

E as palavras por dizer

Foram teu rosto molhado

Era tão grande a ternura

Mas só ficou amargura

Neste poema sem fado

.


MINHAS PALAVRAS SENTIDAS


LAPSO DE TEMPO

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Fecho os olhos…

E vejo-te chegar, linda como sempre

Vestido curto de seda, andar atraente

Dás-me um beijo, lábios frescos

Tua boca sabe a frutos secos

Ameixa, pinhão e avelã

A língua com sabor a chá

Aperto-te num abraço

Entre nós não há espaço

Na palma da mão sinto teu seio

Apenas o tecido fino de permeio

Nas tuas coxas de pele de lírio

Dançam meus dedos em delírio

Tuas mãos em meu rosto, que ternura

Meu corpo em teu corpo, que loucura

Abro os olhos…

.

Continuo só

Foi um lapso de tempo.

novembro 15, 2010

UM FADO PARA OUVIR E VER

GENTE DO FADO

Dia 24 – Fadista do Porto, Gina Santos

Dia 27 – Fadista portuense, Lourenço Carvalho

Dia 30 – Nelson e Odete Duarte, (Anos de casados)



Dia 16 – Poeta António Aleixo, 1949

Dia 27 – Violista Paquito, 2004


22 ANOS DE FADO 1988/2010

2006 / JULIETA RIBEIRO

Fado Cuf /Alfredo Marceneiro

ENCONTREI-ME EM TI

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Perdida andei na vida sem ter norte

Por mim até ao vento perguntei

Maldisse a triste sina a minha sorte

Abraçada ao meu fado eu só chorei

.

Fui noite mas não vi a madrugada

Encontrei-me segura em tua mão

Seguimos só os dois naquela estrada

Na desventura amor és meu irmão

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E juntos nesta sina neste fado

Por muito meu amor que nos queremos

Vamos viver a vida lado a lado

E nunca um do outro nos perdermos

.

Amamo-nos com raiva com loucura

O destino ao juntar-nos quis assim

Já não ando mais à minha procura

Agora olho em teus olhos e sei de mim


2007 / JOAQUIM DUARTE

Fado José António / António Sabrosa

O MEU CHORAR

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Com os teus dedos limpaste

Uma lágrima em meu rosto

E lembro que até choraste

Emanada em meu desgosto

.

É feio se um homem chora

Dizem para aí sem razão

Eu penso que só não chora

Quem não tiver coração

.

No sentir e na garganta

Há um modo de cantar

Há muita gente que canta

Com vontade de chorar

.

Sei que choro mas não sei

Se foi dor o que senti

Tantos desgostos te dei

E ainda choro por ti



MINHAS PALAVRAS SENTIDAS

A DOR

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Sinto as veias latejarem de saudade,

na ansiedade de te ver

.

Quando esse dia chegar

vou correr sem parar

na ânsia dos teus braços

Não quero perder mais passos

e vou dizer ás pessoas:

— Com licença que vou com pressa,

quero dar ao meu amor

um beijo por cada lágrima

que ela chorou de dor.

— Desculpem, quero passar,

quero dizer-lhe obrigado

por ela me ter esperado.

.

E quando ao pé de ti chegar

não tardes, rasga o vestido

e dá-me os seios para beijar.

.

Para esta dor, meu amor…

Por fim, acabar.


outubro 29, 2010

UM FADO PARA OUVIR E VER

GENTE DO FADO

7 - Joaquim Duarte, fadista do Porto
7 - Gonçalo Salgueiro, fadista
10 - Sandra Cristina, fadista de Leça da Palmeira
11 - Pedro Moutinho, fadista
13 - Anita Guerreiro, fadista e actriz
13 - Gabino Ferreira, fadista do Porto
15 - Arménio de Melo, Guitarrista do norte

8 - Álvaro Martins, Guitarrista portuense

22 ANOS DE FADO 1988/2010

2008 / ALBERTO ALVES

Fado C. da Maia / Carlos da Maia

ESTAS MINHAS SAUDADES

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Eu trago as unhas cravadas

Nestas minhas mãos geladas

Pela dor que sinto ainda

E meu peito amargurado

Por madrugadas cansado

Desta vida que não finda

.

A saudade permanente

Que me mói constantemente

Desde o dia em que partiste

Só o fado é lenimento

Que acalma meu tormento

Por esta estrada tão triste

.

Caminho ao longo do tempo

Impelido pelo vento

Que te leva o meu recado

Volta amor por caridade

Basta de tanta saudade

E traz o Sol com teu fado


2006 / LAURA SANTOS

Fado Tamanquinhas / Carlos Neves

MEU ROSÁRIO DE FADO

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Depois da luz se apagar

E as velas serem acesas

O fado vai começar

Andam sombras a bailar

Paira silêncio nas mesas

.

Quem se benze p’ra cantar

Com o seu xaile traçado

Traz tristeza no olhar

Traz contas p’ra desfiar

No seu rosário de fado

.

Quem canta seu mal espanta

Diz o povo e com razão

No fado que nos encanta

Nem sempre sai da garganta

O que manda o coração

.

Chora a guitarra dolente

Com seu suave trinado

Eu estou com minha gente

É assim neste ambiente

Que adoro cantar o fado



MINHAS PALAVRAS SENTIDAS


MEU AMOR MEU POEMA

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Quero dormir em teus braços

És colo dos meus cansaços

Poema que eu concebi

Quero aproveitar este ensejo

E confessar-te num beijo

Que gosto muito de ti

.

Ninguém me conte a verdade

Dizendo que a felicidade

Não passa duma expressão

Antes viver na utopia

Num mundo de poesia

Que perder essa ilusão

.

Quando a tristeza vier

Chamo-te minha mulher

Para fazeres amor comigo

Num incesto mais que louco

Vou fazendo pouco a pouco

Este poema contigo