agosto 24, 2008

À JANELA DO FADO

(continuação)

A Apoteose

Eram 3h15 da madrugada, quando os 20 concorrentes do certame, subiram ao palco para se proceder à leitura da classificação e posterior entrega dos prémios, aos três melhores classificados masculinos e femininos.
Foi também pedida a presença em palco, das identidades convidadas para fazerem a entregas dos prémios.
A apresentadora Isabel Borges, agora em parceria com Albérico Pereira, começou por ler os nomes a quem foram atribuídos os terceiros lugares na votação final dada pelos júris. E foi assim:
O 3º Lugar masculinos foi par o concorrente n.º 12, Emílio Mourão com 36 pontos, em representação do Grupo Desportivo de Valongo.
O 3º Lugar femininos, foi para a concorrente n.º 17, Lígia Coutinho com 44 pontos, que veio representar o Clube Montiagra do Ameal
A Sr.ª Conservadora do Museu do Fado do Porto procedeu à entrega dos prémios, entre aplausos e vaias (como é sempre costume nestas coisas!).

O 2º Lugar masculinos foi para o concorrente n.º3, Alísio Gomes com 40 pontos, que esteve em representação do Grupo Dramático do Monte Aventino.
O 2º Lugar femininos, foi para a concorrente n.º 18 Leonor Cruz que obteve 46 pontos, e veio representar o Clube do Fado do Porto.
Foi grande a ovação na sala, enquanto o Director da Rádio Invicta e o proprietário do Xaile d’Ouro, entregavam os respectivos prémios.

Estava para chegar o momento mais esperado da noite. A atribuição dos primeiros lugares.
E a voz da apresentadora fez-se ouvir:
— O concorrente masculino que ganhou este grande prémio do fado, uma organização do Clube do Fado do Porto, obteve 46 pontos e foi o representante da União Desportiva da Sé, o concorrente n.º 14, Firmino Viana.
Enorme alvoroço correu na sala, com bravos e vivas à mistura com grande parte da plateia de pé.
Logo a seguir o silêncio, toda a gente queria ouvir qual foi a fadista escolhida desta grande noite.
— A primeira classificada, com a pontuação máxima (50 pontos), considerada a rainha do fado desta noite, foi a concorrente n.º 19 que representou a Casa Xaile d’Ouro, Lucinda Cardoso.
O Coliseu foi ao rubro e entre os aplausos, ouvia-se o nome da vencedora: – Lucinda! Lucinda!
O representante da Nordisco dava os parabéns aos dois fadistas, enquanto lhes fazia a entrega dos contratos para agravação dos seus primeiros CD’s.
O mesmo procedimento teve sua Exa. O Sr. Vereador do pelouro da Cultura da Câmara do Porto, ao fazer a entrega dos troféus atribuídos ao 1º lugar masculino e feminino na 1ª Grande Noite de Fado do Porto.
Albérico Pereira pediu atenção para dizer:
— A organização entendeu atribuir um prémio extra, a que chamou: “Prémio simpatia no Fado” e que fica prometido para todos os anos, em que este certame se realize. Assim, este primeiro ano a eleita para receber este prémio, foi a concorrente nº 16 que veio em representação do Centro de Dia de Campanhã, Lara Couto.
Mais aplausos se ouviram, enquanto de procedia à distribuição de lembranças aos restantes catorze concorrentes, considerados todos em 4º lugar com igual valor.
O festival tinha terminado, os apresentadores despediram-se agradecendo a árdua tarefa do júri e presença de todos, com votos de bom Domingo e um: “ATÉ AO ANO!”.

Lara ainda em palco, pediu a Marcelo se a levava com o marido e o filho a casa, pois o Mendes tinha vindo directo da Estação e não tinha trazido o carro.
No átrio, alguns elementos do júri, ainda comparavam pontuações.
Curiosamente por unanimidade, todos tinham dado à Lucinda a nota mais alta, 10 Pontos, por isso obteve o máximo de 50 no total.
Outra curiosidade, embora previsível, tinha sido na dicção e no estilo, que se encontraram as mínimas diferenças entre as nossas quatro fadistas.
Era muito tarde e a noite estava fria.
Depois das despedidas, em pouco tempo o Coliseu ficou deserto e de luzes apagadas.
A rua Passos Manuel, encontrava-se envolta numa leve neblina. Das árvores pingavam pequeninas gotas de orvalho, e haviam halos brancos em redor dos candeeiros de luz amarela da rua.
A madrugada estava a chegar ao fim, a cidade entrava no patamar do novo dia.


AMO O MEU PORTO


Eu hei-de fazer-te um fado
Com o mais lindo poema
E a melodia mais bela.
Todo em ti inspirado
Tendo o amor como tema
E um cheirinho a viela.
Ponho no cantar semente
De cravos de rubra cor
P’ra mostrar a quem não sabe
Qu’esta cidade esta gente
Tem fado feito de dor
Por amar a liberdade.
De Campanhã a Aldoar
Há um poema perfeito
Por esta cidade inteira
A madrugada a cantar
Acorda o Douro com jeito
Num dos pregões da Ribeira
E ao som deste trinado
De tão doce suavidade
Eu juro que sou feliz
Pois aqui também há fado
Amo o Porto esta cidade
Que deu nome ao meu País.

Pág.33 (continua)

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