agosto 20, 2008

À JANELA DO FADO (Livro)

(continuação)

A Primeira parte do concurso

Deu-se então início à presença em palco, do 1º Lote de cinco concorrentes masculinos, depois da dupla Adão Pereira e Paulo Faria de Carvalho, tomarem os seus lugares. Deste primeiro lote de fadistas, fazia parte um representante da Casa Xaile d’Douro, Rafael Martins, em quem se deponham grandes esperanças e ainda, a presença do fadista Alísio Gomes, que veio representar o Monte Aventino (viveiro de muitos e bons fadistas) e que foi muito aplaudido.
Eram 21h00 quando começaram a dar entrada no palco, os primeiros sete convidados da noite, que cantaram:

Maria Augusta
Meu amor, minha cidade – de Manuel Carvalho
Meu corpo – de Carlos Ary dos Santos
Manuel Soares
As meninas dos teus olhos – de Manuel Carvalho
Leilão – de Vasco de Lima Couto
Maria Maia
Dói cantar o fado – de Manuel Carvalho
Maria Lisboa – de David Mourão Ferreira
Mário Rui
Minha mãe por caridade – de Manuel Carvalho
Por ti mãe – de Laura Justino
Julieta Ribeiro
Poema Amarrotado – de Manuel Carvalho
Brincos de Princesa – de João L. Barbosa
José Ferreira
Sou Assim – de Manuel Carvalho
Teu leito – de Salazar Silva
Cátia Sofia
Assim é meu fado – de Manuel Carvalho
Eu a Guitarra e a vida — de António Terra

Seguiu-se o 1º Intervalo da noite, eram 22h00


A Segunda parte

Mal soou o sinal para o começo da segunda parte, Carlos M. Cruz, distinto apresentador de espectáculos e convidado da organização, estava no palco para reiniciar o espectáculo.
Eram 22h10, como estava previsto no programa
1º Lote de concorrentes femininos, vieram a palco mostrar os seus talentos. Era a vez de Eduardo Jorge e Alexandre Santos acompanharem estas cinco concorrentes Estas, deram o seu melhor, cantando perante o público pela primeira vez e arrancando muitos aplausos. Faziam parte deste lote, duas fadistas de Gondomar, uma de Rio Tinto e outra de Fanzeres, o que contribuiu para que na sala, as duas claques exteriorizassem o seu favoritismo.
Assistiu-se depois um momento alto desta grande noite de fado, quando Carlos M. Cruz pediu a presença, como estava programado, dos 16 letristas convidados.
Ana Madalena
António Carvalho da Costa
António Terra
Augusto José
Carlos Bessa
Fernando Alves
Fernando Campos de Castro
Gervásio Miguel
Joaquim Brandão
Joaquim Lopes
José Fernandes Castro
Joyce Piedade
Laura Justino
Manuel Carvalho
Nel Garcia
Torre da Guia


Com estes dezasseis letristas do fado em palco, prestava-se homenagem ao grande poeta nortenho, e membro da Sociedade Portuguesa de Autores com mais de mil letras gravadas: José Guimarães
Ao som de “A MODA DA AMORA NEGRA”, grande êxito do poeta cantada por Florência, foi colocado a um canto do palco, um cavalete contendo um caixilho vazio, onde cada um dos convidados presentes, foi colocando como se de um puzzle se tratasse, um azulejo, até completar um painel, com uma quadra célebre deste autor, que dizia assim:
Ás pedras da calçada dei luar
Estrelas pus brilhando pelo chão
Eu pus uma amizade em cada olhar
E um gesto de ternura em cada mão
Com a sala do Coliseu toda de pé, as gentes do Porto com orgulho, aplaudiam o “seu” poeta, enquanto o Sr. representante da Câmara, abraçava José Guimarães e lhe ofertava em nome da edilidade, uma salva em prata onde de lia em letras gravadas:
Homenagem da C. M. Porto
“A gratidão e o agradecimento sincero dos Portuenses, ao ilustre cidadão e poeta desta Cidade; José Guimarães”
Porto 21 de Março de 2004 (Dia da Poesia)

Depois de breves palavras de agradecimento pelo poeta, seguiu-se a presença de quatro convidados, especialmente para cantarem temas de autoria do homenageado. Assim vieram a palco:

Manuel Morais
Com: O Ricaço e Modinha da Lambada
Rosita
Com: Boa noite saudade e Beijos e Fado
Nelson Duarte
Com: Foi aqui na minha terra e Soares dos Reis
Gina Santos
Com: De Rosa ao peito e Bom dia Portugal
Eram 23h35, e o 2º Lote de concorrentes masculinos, foi chamado ao palco. Destes cinco concorrentes, faziam parte: Emílio Mourão em representação do G.D. de Valongo e um sério candidato ao 1º lugar, assim como, Firmino Viana, em representação do G.D.C. dos Guindais, também candidato ao título e que trouxe uma letra de Manuel Carvalho com o titulo “Cantilena”, e dizia assim:


Eu esperei tanto tempo
Para ouvir daquela boca
Palavras feitas ternura
Era tão grande o tormento
Até que um dia essa louca
Disse-me assim com doçura

Tu sabes bem que te adoro
Só palavras não consigo
P’ra definir este amor
É por ti que ás vezes choro
E sofro p’ra meu castigo
Por não viver nosso amor

Esse amor é meu pecado
Não sou tua e no entanto
Também nunca te menti
Vivo na vida este fado
Feito de dor e de pranto
Mas sempre gostei de ti

Foi tão lindo o que me disse
Que gravei esse momento
Para sempre neste fado
Nosso amor é uma doidice
Mas eu não sei se aguento
Viver sem ela a meu lado

O júri ia tomando as suas notas. Até que Carlos M. Cruz, anunciou o segundo intervalo da noite.

Pág.29 (continua)

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